sexta-feira, abril 30, 2004

151. NO SILÊNCIO DA NOITE 

Leio: "Fatalmente, com uma mesa e um vidro manchado de permeio, os olhares cruzam-se entre os transeuntes em movimento no exterior e a minha placidez tornada voyeur no interior. Invariavelmente, prevejo a sensação amarga que aí vem. Na infíma fracção de segundo que fixa o momento dessa intersecção, é sempre a solidão meditativa da quietude que sobressai neste quadro vivo que me tem como personagem" (in Blog far niente, post Factor Delta, 29 de Abril de 2004).

150. ÓPERA INFANTIL "A FLORESTA" NO TEATRO VIRIATO 



"A Floresta" é uma ópera para crianças baseada na obra homónima de Sophia de Mello Breyner Andresen.
É a história de uma menina que sonha encontrar um anão no bosque próximo de sua casa. E não só acaba mesmo por o encontrar, como se vê envolvida numa série de peripécias de que fazem parte um monge, um cavaleiro, um professor de música, um sábio e... um tesouro escondido há séculos.
"A Floresta" contém uma mensagem bem clara: os tesouros só trazem felicidade se forem partilhados.
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, são as responsáveis pelo libreto. A música é do compositor Eurico Carrapatoso, interpretada pela Orquestra Filarmonia das Beiras, dirigida pelo maestro António Vassalo Lourenço, com a participação do Coro Infantil de Sta. Joana (Aveiro). A encenação, cenografia e figurinos são de Nuno Carinhas (texto retirado do site do Teatro Viriato).

Esta ópera está intimamente ligada à exposição "Das Histórias nascem Histórias", patente no Teatro Viriato de Abril a Junho.

Sábado, 1 de Maio | 21h30
Domingo, 2 de Maio | 16h00

TEATRO VIRIATO - VISEU
> 3 anos
1h30 minutos sem intervalo
15 a 20 €

149. LA MARSEILLAISE de "CASABLANCA" 

Allons enfants de la Patrie,
Le jour de gloire est arrivé!
Contre nous de la tyrannie,
L'étendard sanglant est levé, (bis)
Entendez-vous dans les campagnes
Mugir ces féroces soldats?
Ils viennent jusque dans vos bras
Egorger vos fils et vos compagnes!


Refrain:

Aux armes, citoyens,
Formez vos bataillons,
Marchons, marchons!
Qu'un sang impur
Abreuve nos sillons!


Esta noite, aqui em casa, mais uma vez se correu para a TV, para cantarmos "A Marselhesa" com a Yvonne, o Victor Laszlo e muitos outros do Rick's Bar.
O coro vai aumentando e sentimo-nos felizes assim.


terça-feira, abril 27, 2004

148. TRAVELLING LIGHT - Tindersticks 



There are places I don't remember
There are times and days, they mean nothing to me
I've been looking through some of them old pictures
They don't serve to jog my memory
I'm not waking in the morning, staring at the walls these days
I'm not getting out the boxes, spread all over the floor
I've been looking through some of them old pictures
Those faces they mean nothing to me no more
Chorus:
I travel light
You travel light
Everything I've done
You say you can justify, mmm you travel light

I can't pick them out, I can't put them in this saddle bag
Some things you have to lose along the way
Times are hard, I'll only pick them out, wish I was going back
Times are good, you'll be glad you ran away
(Chorus)
Do you remember, how much you loved me?
You say you have no room in that thick old head
Well it comes with the hurt and the guilt, and the memories
If I had to take them with me I would never get from my bed
There's a crack in the roof where the rain pours through
That's the place you always decide to sit
Yeah I know I'm there for hours, the water running down (my) (your) face
Do you really think you keep it all that well hid?
No but I travel light
You don't travel light
Everything I've done
It's just a lie, you don't travel light
I'm travelling light
No you don't travel light
I travel light
No, no, you don't travel light
I'm travelling light
You don't travel light

Tindersticks - Tindersticks II, 1995; Travelling Light foi incluída na compilação "Donkeys 92-97" com que me estou a regalar neste fim de tarde.

domingo, abril 25, 2004

147. VIVA A LIBERDADE! 



sexta-feira, abril 23, 2004

146. BERGMAN E NYKVIST 


© Svenska Filminstitutet, FSF (Sweden)

Sobre que falariam estes senhores?
Bergman (no lado esquerdo) dizia sobre a sua relação com o seu director de fotografia favorito, Sven Nykvist: "We've developed a private language, so to speak. We hardly need to say a word" (Ingmar Bergman - Bergman on Bergman, 1968).

quinta-feira, abril 22, 2004

145. O OLHAR DE "MONA LISA" 


Leonardo da Vinci - Mona Lisa, c. 1502 - óleo sobre madeira, 77 x 53cm, Museu do Louvre, Paris

Há dias em que olho para a Gioconda e ela olha para mim serenamente e sorri.
Em outros o seu olhar é falso, finge que me olha, mas o seu olhar fixa-se em alguém que está ligeiramente atrás de mim e sorri-me com desdém.
A Gioconda é o espelho do meu humor!

sábado, abril 17, 2004

144. CÂNTICO MAIOR 

VII

1. Regressa mulher de Jerusalém ó sulamitana regressa volta e
                                                        que veremos em ti?
    Que vereis vós na sulamitana entre duas filas do coro como dança
                                                        é uma ronda música?
2. Quanto se embelezam os passos os teus pés nos teus sapatos filha de príncipe
                                                        alma nobre.
    O circuito de tuas ancas como argolas obra de mãos
                                                        de um mestre.
3. O teu umbigo ó nascida vaso redondo como a lua cheio
                                                        de água e do vinho juntos.
    O teu ventre como monte de trigo cercado de rosas. 4. Os teus dois seios
                                                        como crias irmãs do cervo.
5. O teu pescoço como torre de marfim os teus olhos os tanques de Hesbon
                                                        na multidão
    na porta de Bath-Rabim. Teu nariz tua face como torre do Líbano que nos contemple
                                                        desde Damasco.
6. A tua cabeça sobre ti como a espiga o vermelho o monte Carmelo e a
                                                        cabeleira dessa cabeça
    como púrpura um rei ver-se-ia preso nas ondas nos regos da água vasos
                                                        nos canais dos tintureiros.
7. Quanto te embeleza quanto sabor meu amor os deleites meu deleite
                                                        na embriaguez.
8. O teu porte semelhante ao da palmeira e os teus seios a cachos
                                                        de uvas.
9. Eu disse subirei à palmeira prenderei os ramos sejam agora
                                                        os teus seios como cachos
    de uvas o aroma do alento de tua boca como aroma
                                                        de pomos e o teu palato
    vinho excelente que escorra para o meu amor o meu gosto
                                                        e faz calar os lábios adormecidos.
10. Sou do meu amado e sobre mim o desejo ele volta-se
                                                        para mim.
12. Anda amado meu saiamos para o campo a noite
                                                        passemo-la nas cabanas.


fragmento do "Cântico Maior", atribuído a Salomão, na versão de Fiama Hasse Pais Brandão, publicado pela Assírio e Alvim, Lisboa, 1985.


terça-feira, abril 13, 2004

143. 1000! VISITAS NO SITE DE VILA DIANTEIRA 

O site de Vila Dianteira atingiu as 1000 visitas desde Dezembro de 2002.
É já um número considerável! A aldeia é humilde, as famílias com computador em casa são em número reduzido e com ligação à internet poderão contar-se pelos dedos de uma mão.
Sem ser pretensioso, também por vezes me sinto, tal como diz Miguel Torga nos "Novos Contos da Montanha", a "representar o ingrato papel de cronista de um mundo que nem me pode ler".
Mas tudo combina: a terra é assim, o site também.... evoluiremos em conjunto.

domingo, abril 11, 2004

142. FELIZ PÁSCOA! 



O Domingo de Páscoa acordou bonito, cheio de sol, na minha aldeia.
A Páscoa é a festividade do ano que eu mais gosto.
Quando eu era miúdo a vida na minha aldeia nos dias antecedentes ao de hoje, era uma azáfama.
A aldeia era primorosamente limpa. As casa levavam a limpeza do ano: soalho bem esfregado, paredes pintadas e mudavam-se os papéis das cantareiras e dos armários. Os fornos não tinham parança; à vez, as famílias faziam os seus pães-de-ló, o melhor ia para a mesa de Páscoa. A rapaziada adorava - corria de forno em forno para limpar os alguidades.
A Cruz chegava à aldeia cedo. Vinha o padre, o irmão que levava a cruz, um ajudante e dois rapazolas, um que levava a água-benta e o outro a campaínha.
Os familiares das diversas aldeias da freguesia juntavam-se para aqui beijarem a Cruz.
Um rancho de miúdos e graúdos percorria as casas da aldeia.
Tudo se conjugava para dar grande relevo ao dia.
Hoje é tudo mais simples. É assim...

quinta-feira, abril 08, 2004

141. CRISTO DE SÃO JOÃO DA CRUZ E DE DALÍ 


Salvador Dalí - Cristo de São João da Cruz, 1951 - óleo sobre tela, 205 x 116cm, Galeria de Arte de Glasgow
© Lumina Mundi 2004


quarta-feira, abril 07, 2004

140. BREVIÁRIO DAS MÁS INCLINAÇÕES 

"Ela viu-o pouco tempo antes de ele entrar na aldeia: viu-o descer pelo antigo carreiro dos contrabandistas, e parar junto ao nicho da santa, um pouco antes da ponte; trocar de mão as malas e retomar logo depois o caminho, por onde entre os carrascos e as bétulas, rente aos vimes do rio. Viu-o chegar quando estendia a roupa sobre os arbustos de rosmaninho e tojo ao lado do tanque e seguiu-o com o olhar até ele ter passado a porta da taberna, no largo da igreja. Só o tornou a ver dois dias depois, quando, para lhes perguntar se queriam comprar ouro ou um relógio, ele subiu as escadas de pedra da casa onde ela morava com a mãe. Nessa manhã, olhou-o por dentro dos olhos, e soube que ainda o iria tornar a ver na noite do dia seguinte, quando todos os rapazes e raparigas se reunissem na eira para a desfolhada do milho".

José Riço Direitinho - "Breviário das Más Inclinações", 2.ª edição, pág. 15, Edições Asa, 1997.

José Riço Direitinho nasceu em Lisboa em 1965, sendo licenciado em Agronomia, na especialidade de Economia e Sociologia Rural, pelo Instituto Superior de Agronomia (Universidade Técnica de Lisboa). O seu primeiro livro - "A Casa do Fim" - foi publicado em 1992 tendo desde logo consagrado o seu autor como uma das vozes mais representativas da novíssima ficção portuguesa.


terça-feira, abril 06, 2004

139. CINCO DA TARDE (Actualizado) 

"São quase cinco da tarde
e as horas ardem no íntimo da terra

como se os meus olhos fossem suspiros de mar
".

Sandra Costa - "Sob a luz do mar", 1.ª edição, pág. 18, Campo das Letras, Porto, 2002.

Hoje à tarde ao chegar a casa, cansado, encontrei-a vazia. Veio-me à flor da pele um sentimento que não sentia há muito. Um sol intenso penetrava pela janela... até me fazia doer os olhos. Mas a minha casa estava vazia. Vinguei-me na poesia, li, li, li... Daí a pouco chegaram os meus filhos e fomos plantar dois castanheiros.


sábado, abril 03, 2004

138. O OVO QUE NÃO É OVO 



Há pouco, ao jantar, houve um momento de espanto e de confusão.
O jantar foi grão com bacalhau e ovo. É das minhas comidas preferidas.
Só que... eu ao comer o ovo, abri-o com muito cuidado e expliquei aos meus filhos a sua constituição.
O problema surgiu quando eu lhes disse que, na verdade, não estávamos a comer um "ovo", mas sim... um óvulo ou um embrião de pinto!
Se o ovo veio do aviário é com certeza um óvulo, uma vez que não deve ter sido fecundado; se veio da capoeira dos avós, e se o galo é cumpridor dos seus deveres, é já um embrião de um pinto.
Aqui é que estalou a confusão!
- Então nós estamos a comer um pintaínho?
De facto se o óvulo é fecundado pelos espermatozóides do galo, forma-se o ovo (agora sim, ovo verdadeiramente) e começa de imediato o desenvolvimento embrionário que decorrerá até o "ovo" ser posto passado 22 horas; na altura da postura, já temos, colado à gema, um pequeno embrião de pinto em forma de disco.
O desenvolvimento embrionário pára e só continuará até ao nascimento do pinto se o "ovo" for chocado por uma galinha ou numa incubadora.
Será que os meus filhos ainda continuarão a preferir os "ovos" das galinhas dos avós?


137. IV FESTIVAL DE TEATRO do GRUPO CÉNICO DE SÃO JOANINHO 


O Grupo Cénico de S. Joaninho (Santa Comba Dão) está a levar a cabo o seu IV Festival de Teatro, que se iniciou no dia 27 de Março (Dia Mundial do Teatro) e se prolongará até 22 de Maio.
Os grupos participantes são: T.E.M. (Mortágua), Plebeus (Avintes), Contacto (Ovar), Triato (Ovar), Trigo Limpo (Tondela), T.E.F. (Chaves) e o grupo da casa, Cénico de São Joaninho.
Este ano o Festival realiza-se em duas salas: a sala do Clube Recreativo de S. Joaninho, sede do Grupo Cénico, e a sala da Casa da Cultura, em Santa Comba Dão.
Hoje representa-se a peça "Bocage, ele mesmo" pelos Plebeus, às 21 h 30 min, no Clube Recreativo de São Joaninho.
Fica o convite!

sexta-feira, abril 02, 2004

136. COMUM – REDE CULTURAL 

O município de Santa Comba Dão é um dos sete municípios que integram o projecto "Comum - Rede Cultural" promovido pela ACERT e pelo Cine Clube de Viseu.
Estou contente por isso.
O objectivo é criar uma programação cultural assente em várias dimensões - teatro, cinema, música, dança, exposições, ateliers pedagógicos e conferências -, bem como, e isto a meu ver é muito importante, apoiar a criação dos agentes locais e a circulação dos seus trabalhos pelos espaços da rede.
A Casa da Cultura de Santa Comba Dão fica deste modo ligada com os espaços culturais de Tondela, Mangualde, Oliveira de Frades, Vouzela (do distrito de Viseu), Aguiar da Beira (Guarda) e Sever do Vouga (Aveiro), o que corresponde a uma região de cerca de 100.000 habitantes.
Estamos no bom caminho. Tudo isto vai ao encontro do que propusemos nos posts 113 e 126.
Parabéns!

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