segunda-feira, maio 30, 2005

252. O DIA DOS BOIS 

"Fazia dias que os bois vinham aparecendo aqui, ali, nas encostas das serras, nas várzeas, na beira das estradas, uns bois calmos, confiantes, indiferentes. As marcas que mostravam nada esclareciam, ou eram desconhecidas na região ou, muito apagadas, difíceis de serem recompostas. Bom: são bois vadios, desgarrados de boiadas; qualquer dia os donos vêm buscar, ou eles mesmos desaparecem assim como vieram - sem aviso, sem alarde.
Isso pensava-se, mas não foi o que aconteceu. Longe de ir embora, os bois se chegaram mais e em grande número. Ganharam as estradas, descendo. Atravessaram o rio, de um lado, o córrego, de outro, convergindo sempre. Em pouco já lambiam as paredes das casas de arrabalde, mansos, gordos, displicentes. Encheram os becos, as ruas, desembocaram no largo. A ocupação foi rápida e sem atropelo e quando o povo percebeu o que estava acontecendo já não era possível fazer nada: bois deitados nos caminhos, atrapalhando a passagem, assustando senhoras; as entradas do largo entupidas e mais bois chegando, como convocados por uma buzina que só eles ouviam; os que não cabiam mais no largo iam sobrando para as ruas de perto, para os becos e terrenos vazios. Abria-se uma janela para olhar o tempo e recebia-se no rosto o bafo nasal de um boi butelo (...). Aqueles que não tiveram a prevenção de fechar as janelas logo no início - a maioria - agora eram obrigados a viver e fazer tudo observados por dois, três pares de olhos bovinos, e às vezes ainda precisavam empurrar um chifre para um lado para poderem abrir uma gaveta ou um armário."


José J. Veiga - A Hora dos Ruminantes, pág. 135-137, Difel, 1988.


sábado, maio 28, 2005

251. SANTA COMBA DÃO - UMA MONOGRAFIA 



Quebrou-se o enguiço! Já temos Monografia!
Acaba de ser publicada a obra "Santa Comba Dão - Uma Monografia", de autoria do Dr. Francisco António Ferreira, pela Câmara Municipal de Santa Comba Dão.
Antes de mais é uma obra bonita. Dá gosto pegar nela, folheá-la, levá-la num passeio pela nossa terra. Depois, fala-nos da Localização Geográfica, do Homem, das Raízes de um Concelho, dos seus aspectos Culturais, Sociais, do Turismo e das Personalidades. Só quem se aventura nestas lides, sabe dar o valor a uma obra como esta.
Santa Comba Dão é um deserto na investigação histórica. Não se encontra um artigo publicado seja onde for, seja sobre o que for. Imagine-se por isso o trabalho que terá dado esta Monografia.
O Dr. Francisco Ferreira é Professor de História na Escola Secundária de Santa Comba Dão há quase trinta anos. Está a dois anos da reforma. É um Professor querido pelas sucessivas gerações de seus alunos. Termina com chave de ouro a sua dedicação a uma terra que não é a sua. Não será mesmo, a sua terra?


sexta-feira, maio 27, 2005

250. MILEVA MARIC 



"Who was Mileva Maric? Why was she erased from Einstein’s life story? What significance does she have? At the crux of these questions are Einstein’s revolutionary work of 1905 and the possibility that Maric was his scientific collaborator. Einstein’s autobiographies never mentioned his first wife. The world only learned of her existence through the first release of Einstein’s private letters in 1987. This project invites you to explore the known facts of Mileva Maric’s life and consider the probabilities".


domingo, maio 22, 2005

249. VIVA O BENFICA! 



Noite de plenilúnio!
Eu jurei que neste blogue não se falaria de futebol! Mas...
A lua, de facto, ainda não está completamente cheia!
Falta pouco!


domingo, maio 15, 2005

248. "RIO BRAVO" DE H. HAWKS NA RTP 1 

Não perca tempo... vá ver!

"De Rio Bravo quem não gosta muito? Não conheço ninguém e se conheço não quero conhecer". João Benard da Costa


sexta-feira, maio 13, 2005

247. ALEX E MIREILLE 



Boy Meets Girl, Leos Carax, 1984


segunda-feira, maio 09, 2005

246. NO SILÊNCIO DA NOITE 

Abro a minha janela. A frescura da noite chega até mim. No céu, por cima da minha janela, domina Júpiter. Será mesmo Júpiter?
Silêncio. Os meus vizinhos deitam-se cedo. Amanhã será um dia duro, aliás, como os outros dias.
Um melro agita-se nos salgueiros do ribeiro. Que chinfrineira de grilos! Ao longe um canto suave, repetitivo... será um rouxinol? Penso que é... que vergonha não o saber! Os cães ladram, à disputa, em cada canto da aldeia.
O gato da minha vizinha - gato francês, diga-se - passa na rua. Mal se digna olhar-me. Ah... miou. Recolhe-se a casa, o malandro! Velho, muito velho mesmo, mas não deixa uma gata sossegada.
Afinal o silêncio é relativo.
A minha casa serena. Está na hora de ir trabalhar...


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