domingo, maio 30, 2004

161. A DANÇA DE CARPEAUX 



Jean-Baptiste Carpeaux (1827-1875) - A Dança, 1865 - 1869, Museu d'Orsay, Paris

sábado, maio 29, 2004

160. NOVIDADES SOBRE SILVA CARVALHO 


in Secretaria Geral do Ministério das Finanças - Iconografia dos Responsáveis pela Pasta das Finanças...

Não conhecia estes dois retratos de Silva Carvalho. O primeiro encontra-se na Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves e constitui um estudo de Columbano Bordalo Pinheiro para o painel dos Passos Perdidos da Assembleia da República. O segundo pertence à colecção do Banco de Portugal.
Fica mais rica a minha galeria de retratos sobre esta figura ilustre da minha terra.
Ainda sobre José da Silva Carvalho encontrei na net três interessantes cartas da correspondência entre ele e o célebre filósofo e jurista inglês, Jeremy Bentham (1748-1832): de 24 de Agosto de 1821, de 7 de Novembro de 1821 e de 18-26 de Dezembro de 1821.
É inconcebível como é que Silva Carvalho é tão pouco estudado!

quarta-feira, maio 26, 2004

159. NO SILÊNCIO DA NOITE 



Vejo "Boy Meets Girl" de Leos Carax, 100 min, França, 1984.

sábado, maio 22, 2004

158. COMEÇA A HAVER MEIA-NOITE 

"Começa a haver meia-noite e a haver sossego,
Por toda a parte das coisas sobrepostas,
Os andares vários da acumulação da vida...
Calaram o piano do terceiro andar...
Não oiço já passos no segundo andar...
No rés-do-chão o rádio está em silêncio...

Vai tudo dormir...

Fico sozinho com o universo inteiro.
Não quero ir à janela:
Se eu olhar, que de estrelas!
Que grandes silêncios maiores há no alto!
Que céu anticitadino! -
Antes, recluso,
Num desejo de não ser recluso,
Escuto ansiosamente os ruídos da rua...
Um automóvel! - demasiado rápido! -
Os duplos passos em conversa falam-me...
O som de um portão que se fecha brusco dói-me...

Vai tudo dormir...

Só eu velo, sonolentamente escutando,
Esperando
Qualquer coisa antes que durma...
Qualquer coisa
".

Álvaro de Campos - Poesias


sexta-feira, maio 21, 2004

157. AS ÁRVORES DO TIO VICENTE 

"O ervanário, sempre que via brilhar o machado sobre uma nova árvore, recordava sentidamente algum episódio do seu passado a que ela estava ligada.
- Lá vai aquela faia! - dizia ele, com intensa melancolia - pobre velha! Era à tua sombra que meu pai me ensinava a ler! Encostava-se àquele tronco sobre a grossa raiz que ele tem à flor da terra e, pegando em mim ao colo, guiava-me nas primeiras lições! E viver eu para te ver cair!
E, ao perceber-lhe balançar as sumidades, o velho fechou os olhos instintivamente. Cedo ouviu um estrondo... Quando os abriu, estava por terra a faia.
- Agora é a tua vez, pobre carvalho! - dizia algum tempo depois. - Muito queria minha mãe àquela árvore! Por suas mãos a plantou bem tenra. Nunca me sentei àquela sombra, que me não lembrasse da santa mulher! Parecia que eram vozes tuas que ma recordavam, infeliz! Bárbaros! Olha com que desamor a decepam! Perdoa-me, meu velho amigo, mas bem vês que te não posso valer.
E o carvalho caiu.
- Ei-los agora contigo, cerejeira! Mal adivinhavas tu, quando o ano passado te enfeitavas com aquelas cerejas escarlates que tanto cobiçavam as crianças, que pela última vez o fazias!... Adeus, pobre amiga, adeus.
E caía a cerejeira também.
E caíam, uma após outra, todas as árvores do quintal, os limoeiros, as nogueiras, os salgueiros e toda a família vegetal do velho Vicente, que senti ir-se-lhe com ela a alma. Memórias de infância, sonhos de juventude e reminiscências de velho, como aves invisíveis, ocultas nas copas daquelas árvores, surgiam agora, espavoridas e desnorteadas, a procurar o refúgio que não encontravam fora dali
".

Júlio Dinis - A Morgadinha dos Canaviais, pág. 279, Livraria Civilização, 1954.


domingo, maio 16, 2004

156. VIVA O BENFICA! 



Eu tinha jurado que no meu blogue não se falaria de política e nem de futebol.
Mas... a minha filha é do Porto, o meu filho do meio é do Sporting, e eu só ao mais novo consegui convencer a ser Benfiquista.
Nenhum deles viu o Benfica ganhar um título.
Era costume perguntarem-me como é que eu queria que eles gostassem de uma equipa que perdia sempre!
Claro que é difícil explicar aos miúdos que ser Benfiquista está para além dos títulos recentes...
Agora que uma nova era começa, não desejo que os meus filhos virem a casaca, mas irão respeitar mais os gostos do pai.

quinta-feira, maio 13, 2004

155. III JORNADAS DA PEDRA DE ANÇà

Irão decorrer amanhã e depois, 14 e 15 de Maio de 2004, no Museu da Pedra do Município de Cantanhede, as "III Jornadas da Pedra de Ançã", numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Cantanhede e do GAAC - Grupo de Arqueologia e Arte do Centro. O programa promete e, se me permitem, destaco:
14 Maio: às 12.00h "O Calcário em Geral e a Pedra de Ançã em Particular", pelo Professor Doutor Galopim de Carvalho; às 17.00h "Luzes da Pedra - A Fotografia ao Serviço da Obra de Arte", fotografia de José Pessoa.
15 Maio: às 10.00h "Faces Barrocas da Pedra de Ançã", pelo Professor Doutor Nelson Correia Borges (Director do Inst. de História de Arte da UC); às 10.30h "Colecção de Escultura em Pedra do Museu de Aveiro", pela Dr.ª Madalena Cardoso da Costa (Museu de Aveiro); às 11.30h "A 4.ª Dimensão da Escultura Religiosa", pelas Dr.ªs Adília Alarcão e Catarina Alarcão (Museu Nac. de Machado de Castro) e às 12.00h "Segurança e Conservação do Património Religioso", por D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra.
Ainda no dia 15 de Maio, pelas 17.00h, inaugurará a exposição de ex-votos "Mendigos de Milagres", na Casa Municipal da Cultura de Cantanhede, comissariada pelo Dr. Alberto Correia, director jubilado do Museu Grão Vasco.
Estes dois dias, de facto, prometem. Aqui fica o exemplo destas Jornadas para ser seguido pela Casa da Cultura de Santa Comba Dão. Só ao maiores nos devemos comparar!

terça-feira, maio 11, 2004

154. O ACTUAL BARÃO DE S. JOÃO DE AREIAS 

Surpresa!
Ao ler o último número da revista "Beira Alta" (vol. LXII, fascs 3 e 4, pág. 501, 2003), sou informado que D. Jorge de Paiva Brandão de Serpa Pimentel é, na actualidade, o Barão de São João de Areias, por alvará de 15.05.1998, n.ºs 1798 e 1799, processo 1582 do Conselho de Nobreza.
A família Serpa Pimentel é originária da Guarita, uma das aldeias da minha freguesia, e há muito que os membros desta família que viveram no século XVIII e XIX me são muito queridos.
Através dos documentos da época que consultei sobre eles habituei-me a conviver com pessoas de grande postura cívica e intelectual, como aliás já salientei neste blogue, post 53, e em artigo na mesma revista "Beira Alta" (vol. LVIII, fascs 3 e 4, 1999, págs. 388-392, 420-421).
O 1.º Barão foi o Dr. Francisco de Serpa Saraiva, Fidalgo da Casa Real, Par Grande do Reino, Presidente da Relação do Porto e Conselheiro Honorário do Supremo Tribunal da Justiça; faleceu sem descendência (os seus filhos faleceram muito novos, D. Maria Carlota com 10 anos e D. Francisco com 19 anos) e encontra-se sepultado na capela do seu solar.
O 2.º Barão foi o Dr. Manuel de Serpa Pimentel, Moço Fidalgo da Casa Real, Comendador da Conceição, Juiz Adjunto do Tribunal Superior de Guerra e Marinha e Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça; também faleceu sem deixar descendência e foi sepultado no cemitério de Silvares, que ele próprio mandou construir e ofereceu à paróquia.
O último descendente desta família espatifou os bens que herdou, vendendo o Solar a um seu rendeiro (felizmente caíu em boa mãos!) e até os quadros dos seus antepassados arrancou do tecto da sala principal e vendeu a um antiquário local!
Agora... alguém descendente de um irmão do 2.º Barão, denominar-se como actual Barão de S. João de Areias, acho isso no mínimo curioso.
Espero, no entanto, que não seja mais uma das peculiaridades dos monárquicos que nos fazem sorrir e que o actual barão de S. João de Areias seja um justo herdeiro dos seus antepassados dos séculos XVIII e XIX.

sexta-feira, maio 07, 2004

153. "PAISAGEM" DE JOÃO HOGAN 


João Hogan - Paisagem, 1964, óleo sobre tela, 81 x 100cm, col. Centro de Arte Moderna/F.C.G.

João Hogan (1914-1988) é um dos meus pintores preferidos. "Não representa a paisagem: reconstroi-a. Ele procura captar na paisagem as linhas mestras, despojando-a da ganga do secundário, do adjectivo. Empenha-se depois em dar ao essencial, assim posto a nu, uma arquitectura. Arquitectura traduzida no jogo dos planos, no jogo dos volumes. Esta quase esquematização, que poderia tornar-se dura em suas arestas vivas, é apenas másculo vigor, energia calma. E humaniza-se graças à paleta sóbria mas impressiva de Hogan, aos verdes aveludados das massas do arvoredo e aos vermelhos ferrugentos das terras argilosas" (Fernando Pamplona, 1968, e publicado em "Dicionário de Pintores e Escultores", vol. III, pág. 117, 1988).

E... já agora, encontram-se expostas 30 gravuras de Hogan no Centro Português de Serigrafia, Lisboa
De 17 de Abril a 29 de Maio de 2004

152. A MINHA BLOGOSFERA ESTÁ MAIS RICA 

Hoje acrescentei o Arqueoblogo, As Musas Esqueléticas, Icosaedro, Little black spot, Umblogsobrekleist, Um pouco mais de azul e a Voz do Seven. Já passeava por eles há muito. São blogues que apresentam diversidade estética e de conteúdos... mas é no meio desta diversidade que eu me sinto bem.

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