sábado, fevereiro 28, 2004

124. A PRINCESA CATRINA 



Catrina era a princesa mais bonita de todos os reinados. Tinha uns longos cabelos doirados e olhos de um azul muito claro. Andava sempre com o seu vestido cor-de-rosa.
Um dia Catrina estava a pentear-se na varanda do seu palácio quando apareceu um feiticeiro que se apaixonou por ela.
O feiticeiro quis logo pedir a sua mão em casamento, mas a princesa não quis casar com ele. Achava-o estranho.
O feiticeiro ficou muito ofendido por Catrina não aceitar o seu pedido, e então raptou-a e prendeu-a numa torre só com uma janela, ao pé do mar, dizendo:
- Só sairás daqui quando aceitares casar comigo.
Catrina chorou toda a noite... Até que um marinheiro a ouviu chorar e pensou:
- Mas quem estará a chorar?!
Quando Catrina olhou para o mar e o viu parou de chorar e logo se apaixonaram. A partir daí, o marinheiro passou a visitá-la todos os dias.
Mas um dia o feiticeiro começou a estranhar porque a princesa nunca mais tinha chorado. Resolveu ir à torre para ver o que se passava. Mandou Catrina ir a outro quarto fazer a cama dele e ficou à espera de ver alguma coisa.
Nesse dia, por azar, o marinheiro ainda não tinha vindo ver a princesa. Apareceu nesse momento e chamou-a:
- Catrina! Catrina!
O feiticeiro percebeu logo que Catrina gostava do marinheiro. Imitou a voz dela dizendo:
- Vai-te embora, já não estou apaixonada por ti!
O marinheiro ficou tão triste que nunca mais lá voltou!
O feiticeiro para se vingar levou Catrina até ao mar e depois disse-lhe:
- Fica quieta!
Catrina ficou cheia de medo mas não se mexeu. Rapidamente o feiticeiro disse umas palavras mágicas e ela viu-se transformada numa sereia. Sentiu a falta de água e teve de mergulhar no mar azul.
Passaram-se muitos anos e Catrina continuava transformada numa sereia. Um belo dia avistou um barco com um marinheiro solitário e disse:
- Gostava tanto que fosse o meu marinheiro!
Catrina convencida que poderia ser o marinheiro por quem se tinha apaixonado, foi até ao palácio real das sereias e perguntou à rainha das sereias:
- Como se pode quebrar o meu feitiço?
- O teu feitiço só se quebrará se um humano disser o teu nome, mas tem de ser à tua frente! - respondeu a rainha das sereias e depois desapareceu.
Catrina ficou pensativa e disse baixinho:
- Mas como poderá dizer o meu nome se não sabe quem sou eu? Estou transformada numa sereia!
No dia seguinte, o marinheiro voltou lá e viu ao longe Catrina, em cima de uma rocha. Foi se aproximando cada vez mais até a ver muito bem.
Olhou-a bem e disse com um sorriso enorme nos lábios:
- Que linda sereia! Parece mesmo a princesa Catrina!
Nesse momento Catrina transformou-se outra vez na belíssima princesa e o marinheiro ficou muito feliz.
Os dois casaram-se e tiveram muitos filhos.
E como em todas as histórias de final feliz... viveram felizes para sempre.

Conto de Sara Neves, 10 anos

123. CINEMA E PINTURA 

O JL a propósito de "Rapariga com o Brinco de Pérola", de Peter Webber dedica um dossier especial à relação entre cinema e pintura.
Publica um texto sobre Vermeer, da autoria de Fernando António Baptista Pereira, Professor da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, ao qual se juntam depoimentos dos artistas Jorge Pinheiro, Matilde Marçal, Isabel Sabino e Jorge Martins.
Além disso traça o perfil/entrevista do Director de Fotografia Eduardo Serra, apresenta uma selecção de alguns dos melhores exemplos de filmes sobre pintores e ainda uma conversa com João Mário Grilo, realizador ensaísta e Professor de Filmologia da Universidade Nova de Lisboa, sobre os modelos de íntima convivência do cinema com a pintura.
A ler...

sexta-feira, fevereiro 27, 2004

122. INGRID THULIN 



Ingrid Thulin 27 Jan 1926 - 7 Janeiro 2004

Era comum entre a rapaziada gabar-se a nossa actriz preferida.
Naturalmente que os seus atributos físicos tinham um peso preponderante.
Quando me perguntavam quem era a minha actriz preferida, e quando os meus amigos esperavam o nome de uma das jeitosas da altura, eu atirava-lhes com o nome de Ingrid Thulin.
Não era capaz de a trocar por outra. É verdade que me passavam-me pela cabeça os rostos e os corpos das actrizes que enchiam os écrans no pós-25 de Abril. Mas eu não ia atraiçoar este rosto, exactamente o desta imagem, que me olhou de forma especial quando o vi pela primeira vez no livro de Franz Weyergans, "Tu e o Cinema", na pág. 98, editado pela Livraria Civilização e que eu seguiria mais tarde sobretudo nos filmes de Bergman.
Claro que este nome e este rosto passavam completamente ao lado do pessoal meu amigo.

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

121. UMA FLORESTA PARA OS TEUS SONHOS 


Alberto Carneiro - Uma floresta para os teus sonhos 1970, colecção do Centro de Arte Moderna - F. C. Gulbenkian

Alberto Carneiro

120. TEMPO 

O João de A aba de Heisenberg dá-nos a conhecer um site de uma família argentina que durante vinte e sete anos, sempre no dia 17 de Junho, fotografou os rostos de cada um de seus membros, "para detener, por un momento evanescente, la flecha del tiempo que por allí pasa". O site provocou-me um misto de alegria e de aperto no peito. Vão ver.

domingo, fevereiro 22, 2004

119. METAFÍSICA? 

Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?

«Constituição íntima das coisas»...
«Sentido íntimo do Universo»...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em coisas dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.


Alberto Caeiro - "Poemas", 8.ª Edição, pág. 27, Edições Ática, Lisboa, 1984


sábado, fevereiro 21, 2004

118. PODA E EMPA DAS MINHAS VIDEIRAS 

Acabei hoje a poda e a empa das minhas videiras.
É um trabalho duro, mas gosto de o fazer. A nossa vida passa-se em grande parte fechada em casa, sentados em frente ao computador. Sabe bem ir para o campo, trabalhar duro, descarregar as energias acumuladas.
O trabalho da última semana tem consistido em cortar as varas das videiras que estão a mais e vergar e distribuir correctamente as varas escolhidas.
Trabalharam comigo dois rapazes da minha criação, aliás um pouco mais velhos, e um rapaz mais novo, já de outra geração.
Os dois mestres são pessoas de poucas falas; concentram-se no trabalho e reduzem a conversa ao mínimo. O mais novo, o ajudante, assobia, canta e fala sozinho; é o foco de algumas piadas.
Há, no entanto, momentos em que se trabalha em silêncio. Cada um de nós faz o trabalho que lhe compete e... recolhe-se em si próprio e pensa.
Eu sei em que penso. Mas em que pensarão os meus colegas? Olhava-os de soslaio... compenetração total, em volta, só os ruídos da passarada.
São as várias dimensões da Vila Deanteira...

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

117. DELICADO / WHITE NO TEATRO VIRIATO 



O Ballet Gulbenkian apresenta Delicado de Gilles Jobin e White de Paulo Ribeiro, hoje e amanhã, às 21h e 30 min, no Teatro Viriato, em Viseu.
Paulo Ribeiro foi o Director Geral e de Programação do Teatro Viriato entre 1998 e 2003 e é agora o Director Artístico do Ballet Gulbenkian. Viseu e a sua região muito lhe deve. Comungo, no entanto, do pensamento do coreógrafo quando responde deste modo à pergunta " - Viseu faz-lhe falta?": "As pessoas fazem-me falta. Não tenho saudades do Teatro Viriato. Estou contente por o ver entregue. O projecto foi extremamente importante para mim, mas sinto que saí na altura certa. O Viriato só tem a ganhar com a mudança. Quando se põe um projecto daqueles de pé, há todo um entusiasmo e entrega iniciais que dificilmente se repetem. É difícil reencontrar esse grau de excitação e de novidade. Depois de tudo o que aconteceu, corríamos o risco de cair na rotina" (jornal Público, 5 Novembro 2003). Só deste modo nos sentiremos felizes e faremos obra de jeito.

terça-feira, fevereiro 17, 2004

116. A HISPÂNIA E A EUROPA 

"Não creio que a verdadeira cultura e a verdadeira humanidade e o verdadeiro futuro do mundo estejam para lá dos Pirinéus; não creio que aquilo a que se deveria chamar a Europa, excluindo cuidadosamente não só a nossa Península Ibérica, mas igualmente o sul da Itália, daquilo a que hoje se chama Europa, não creio que a Europa da gente loira, ordenadora e filosófica seja muito mais do que isso, ordenadora e filosófica, e possa ver-se livre, a não ser por uma transformação que lhe atingiria o próprio cerne, daquele feitio utilitário, prático e mecânico, que a América do Norte, sua herdeira, levou às últimas consequências."

continuar a ler em Agostinho da Silva - "Reflexões", pág. 28-29, Guimarâes Editores, Lisboa, s/d.


sábado, fevereiro 14, 2004

115. A MULHER DESCONHECIDA 

para Maria Matias, minha avó

É muito bela esta mulher desconhecida
que me olha longamente
e repetidas vezes se interessa
pelo meu nome

eu não sei
mas nos curtos instante de uma manhã
ela percorreu ásperas florestas
estações mais longas que as nossas
a imposição temível do que
desaparece

e se pergunta tantas vezes o meu nome
é porque no corpo que pensa
aquela luta arcaica, desmedida se cravou:
um esquecimento magnífico
repara a ferida irreparável
do doce amor


José Tolentino Mendonça- "Baldios", pág. 17, Assírio & Alvim, Lisboa, 1999.


sexta-feira, fevereiro 13, 2004

114. MARCEAU, LE BRACONNIER 



ROBERT: Alors, ça te plaît de travailler chez moi?
MARCEAU: Ça me plaît, mais j´aurais mieux aimé travailler au château.
ROBERT: Pourquoi? T´aimes pas ça les bois, la nature...
MARCEAU: Ben, avec Schumacher, pas plus qu´ça! Ici, vous vous croyez chez vous, mais c´est plutôt son domaine, ... tandis qu´au château i´s´ra bien obligé de m´laisser tranquille... Et puis j´ai toujours rêvé d´être domestique.
ROBERT: Quelle drôle d´idée! Pourquoi ça?
MARCEAU: A cause du costume! Avoir un habit, c´est mon rêve!


O Mário fala de "L'Année Dernière à Marienbad", a Clara de "L'Hôtel des Amériques ... ", a Cristina de "Le déjeuner sur l’herbe" e o Luis de "La Règle du Jeau".
Bem... de uma assentada aqui estão quatro dos filmes da minha vida.
"A Regra do Jogo" em particular. O Marceau, o caçador e conquistador, é a minha figura preferida. O momento em que ele é apanhado em flagrante delito e o diálogo que se segue com Schumacher e Robert (le Marquis) é uma delícia. Convivo desde miúdo com os Marceaux aqui da minha aldeia e muito tenho aprendido com eles...

domingo, fevereiro 08, 2004

113. CASA DA CULTURA (Actualizado) 




Surpresa e admiração... foi o que senti ao visitar a CC. Não esperava tanto.
A CC é um vasto edifício onde se integra o Posto de Turismo, duas Salas de Exposições, a Sala de Espectáculos e outras amplas áreas polivalentes.
Uma das salas de exposições é ocupada com a exposição permanente dedicada à obra do artista santacombadense David Oliveira - autodidacta, "homem de sete ofícios", duou ao município um vasto espólio de bustos, medalhas, pintura e desenhos que agora se expõe com dignidade.
A sala de exposições temporárias acolhe a exposição "3 Formas de Ver" de três artista do concelho: Galvão Lucas (caricatura), Cláudia Costa e Amélia Paulo (pintura).
A concepção das exposições é muito boa e com um perfeccionismo raro fora dos grandes centros.
A CC será, estou certo disso, o motor da vida cultural do concelho: relevando a nossa especificidade e trazendo até nós as obras dos grandes criadores nacionais e internacionais que a partir de agora aqui encontrarão um local de acolhimento no seu trajecto entre Coimbra e Viseu.
Há, no entanto, todo um trabalho de base a fazer ligando a CC às escolas do concelho... só assim verdadeiramente se conquistará e formará um público.
Parabéns ao Director da CC. Parabéns ao Presidente da CM, Dr. Orlando Mendes. É bom termos um autarca que acredita em nós... que acredita na capacidade evolutiva das gentes do seu concelho.

sábado, fevereiro 07, 2004

112. DAS HISTÓRIAS NASCEM HISTÓRIAS 



"Das histórias nascem histórias" é o título do projecto que Fernanda Fragateiro fez baseando-se em duas histórias de Sophia de Mello Breyner Andresen, "A Floresta" e "A Menina do Mar".
Eu e os meus irmãos fomos nas férias do Natal ao Centro Cultural de Belém ver a exposição.
A parte principal da exposição é constituída por uma espiral com 2,5 m de altura e 5 m de comprimento. A parte interior da espiral é azul e a Fernanda Fragateiro desenhou aí algas e animais marinhos. A parte exterior possui um fundo branco e sobre ele fez desenhos da floresta e de anões.
Ao entrar na espiral senti que estava dentro dos livros de Sophia Andresen, num mundo de magia e alegria ou num conto de fadas.
Dois actores leram um pouco das duas histórias; eu já tinha lido os livros e adorei a menina de cabelos verdes, olhos roxos, de vestido feito de algas encarnadas e o anão teimoso com cara vermelha como um morango, de fato verde, com uma longa barba e com 300 anos e os dois com um palmo de altura.
A Fernanda Fragateiro nasceu no Montijo em 1962, numa família humilde. O seu pai era pescador e ela acompanhava-o algumas vezes na pesca. Aos onze anos tentou inscrever-se no Partido Comunista. Em 1998 criou o "Jardim das Ondas" para a Expo 98.
A exposição "Das histórias nascem histórias" estará no Teatro Viriato em Viseu nos meses de Abril e Maio.

Sara Neves, 10 anos

111. POEMA DA ELISA 

A Elisa foi ao seu baú e enviou-nos esta

MELODIA DA CHUVA

Cai a chuva lentamente
Lá fora na calçada
Beira a beira, pingo a pingo
Lá vai enchendo a levada

Cá dentro a melodia
É ainda muito mais bela:
O cair da chuva na rua
E dos pingos na janela .

A assoada do vento
Que ronda a minh' oliveira
E o regato de água
Que escorre da caleira .

A chuva no telhado
Está mesmo a convidar
A ir-me meter na cama
E no quente me aconchegar.

E todo este sussurrar
Que faz esta melodia
Faz passar lentamente
As longas horas do dia.


Este poema foi escrito pela minha amiga Elisa Figueiredo no já longínquo dia 24 de Setembro de 1976.
Onde estavas Elisa nesse dia? Para além da chuva, em que pensavas?
Agora os nossos dias são mais frenéticos: quem nos dera metermo-nos na cama e ouvir a chuva bater na janela.

quarta-feira, fevereiro 04, 2004

110. HOMENAGEM A JOSÉ ÁLVARO MORAIS NA RTP 2 


José Álvaro Morais, um cineasta que muito admirávamos, falecido na passada sexta-feira, será homenageado na RTP 2 com a passagem, hoje às 24.00 horas, do documentário "Ma Femme Chamada Bicho" de 1976, sobre a pintora Vieira da Silva, e amanhã, às 23.00 horas, do filme "Peixe Lua" de 2000. A não perder.

segunda-feira, fevereiro 02, 2004

109. Ceterach officinarum 


Ilustração de E. Sierra Ràfols

"Rizoma cespitoso, revestido de páleas negras com margen ciliado. Frondes (3)5-15(25) cm, persistentes, en fascículos densos; pecíolo 1/6-1/3 de la longitud de la lámina, generalmente castãno negruzco en la base; lámina (2,5)4-12(20) x (0,5)1,5-2(3) cm, de lanceolada a obovado-lanceolada, verde ± oscuro y mate en el haz, con páleas brillantes, de plateadas a ferrugíneas, en el envés; pinnas 8-10 x 4-6 mm, 6-15 pares, alternas, ovadas u oblongas, redondeadas en el ápice, enteras o crenadas. Esporas (30)36-45(46) μm de diâmetro, castaño-negruzcas. 2n = 144; n = 72 ".

Pois é... assim se descreve na "Flora Ibérica", vol. I, pág. 107-109, Real Jardín Botánico, Madrid, 1986, um "feto" simpático que vive nas juntas barrentas de um muro nas traseiras da minha casa.
A "Flora Ibérica" é uma obra fabulosa publicada pelo Real Jardim Botânico de Madrid em 21 volumes e que tem como coordenador português o Prof. Dr. Jorge Paiva do Instituto Botânico da Universidade de Coimbra.
Bem... sobre o Prof. Dr. Jorge Paiva falaremos em breve. Foi um dos mais queridos professores da UC.
O "nosso feto" chama-se vulgarmente por doiradinha e é uma planta bem adaptada à secura, de tal modo que em tempo seco as folhas murcham completamente, parecendo que a planta morreu, mas com as primeiras chuvas reverdescem e ficam viçosas.
Nós, de cá de casa, fartos de ver o muro coberto de "fetos mortos" e gostando de os ver ressuscitar, atiramos-lhes, de vez em quando, uns baldes de água...

domingo, fevereiro 01, 2004

108. CAMILLE PISSARRO 



A RTP 2, no programa "Vidas", passa um documentário sobre Henri de Toulouse-Lautrec.
Gosto muito de Toulouse-Lautrec.
Mas o meu pintor preferido do círculo impressionista é o sempre esquecido Camille Pissarro (1830-1903).
"Generoso e amável por natureza, o humilde e enorme Pissarro era, pelo gosto de conhecer, pelo sentido de justiça e pelos impulsos humanitários, uma das figuras mais admiráveis do impressionismo" (J. Pijoan - História da Arte, vol. 8, Publicações Alfa, Lisboa,1987).

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