terça-feira, setembro 30, 2003

038. VEM COMIGO ALMA! 

Revejo "Rosa de Areia". Há filmes aos quais gosto de voltar em momentos próprios. O cineasta chama, dirigindo-se para os horizontes infindos:

"Vem alma errante.
Volta dos montes,
Da floresta,
Dos caminhos
Ou das fontes,
Das sombras
Ou das névoas,
Dos lodos
Ou do fundo do mar.
Por onde quer que tu vagueies,
Aqui nada te faltará.
Vem comigo alma,
Para tua casa, ao abrigo das tempestades,
Do vento
E da noite escura
".

"Rosa de Areia" é um filme de António Reis (1927-1991) e de sua esposa Margarida Cordeiro.
António Reis foi um cineasta à margem.

Escolheu um percurso próprio, sem concessões. É difícil falar dele com propriedade. Incomoda... mesmo para a minoria de seus admiradores é difícil passar do sentir. Realizou "Jaime" em 1974, "Trás-os-Montes" em 1976, "Ana" em 1982 e "Rosa de Areia" em 1989.
Foi professor da Escola Superior de Teatro e Cinema (ainda no Conservatório Nacional, em Lisboa), onde leccionou História da Imagem. Era um professor com uma cultura vastíssima, rigoroso, exigente e de uma afabilidade extrema.

domingo, setembro 28, 2003

037. A INTÍMA FRACÇÃO E O MEU VINHO 

A última IF da TSF está no ar.
A rádio referência para muitos, está em queda. Há pessoas que nos querem impor um Portugal triste, ignorante e amorfo. Será difícil... a história recente leva-nos a prever que terão os dias contados.
Os blogues, parece, poderão constituir um enorme elo de ligação entre pessoas independentes, contra a mediocridade que até agora tem manipulado os cordelinhos dos média.
A música da IF está no ar, inebria.
Um cheirinho a uvas em fermentação espalha-se pela minha casa.
Êxtase místico!

sábado, setembro 27, 2003

036. OBRIGADO "PÚBLICO" 

A leitura do "Público" de hoje deixou-me bem disposto.
Faz bem levarmos um empurrãozinho. O jornal quando lhe peguei disse-me: - "Anda daí dar uma volta!", tal como Wayne para Martin em "Rio Bravo" (conhecem o texto de Jorge Silva Melo para o catálogo da Cinemateca dedicado a Howard Hawks?).
Há coisas que nos são sagradas. Nessas não poderá haver falhas.
Obrigado. Demos uma volta e gostei do que vi.

035. VINDIMA 

Hoje comecei a minha vindima.
Excepcionalmente este ano, primeiro vindimámos as uvas tintas.
As videiras tinham uma boa produção e as uvas estavam sãs. Prevejo uma boa pomada!
Acabei agora de dar a 1.ª volta (uma ligeira calca). À manhã será a calca. No Domingo a 2.ª volta. Na segunda de manhã uma 3.ª volta e à tarde tiramos o vinho para as pipas.
Tudo é feito sem recorrer a maquinaria. Impera o método tradicional.
A fermentação já começou.
A bicharada que veio com os cachos de uvas - aranhiços, bichas-cadelas, etc. - fogem a sete-pés.
A parte da minha casa que se situa por cima da adega e do lagar tem soalho.
Estão mesmo a ver o que está a acontecer... esta bicharada penetra pelas frestas e sobe cá para cima. É uma festa!

sexta-feira, setembro 26, 2003

034. AFINAL É VILA DIANTEIRA OU DEANTEIRA? 



Já recebi vários e-mails a questionarem-me sobre a forma correcta de escrever o nome da minha terra.
É tradição entre os naturais da aldeia escrever Vila Deanteira. Quando comecei a escrevinhar as primeiras palavras, alguém me esclareceu de forma categórica que era Deanteira.
Os documentos históricos não esclarecem. O mais antigo que cita a aldeia são as "Inquirições de D. Afonso III" e aí escreve-se "villa d'anteyra".
É possível que esta tradição remonte à origem da própria aldeia e se possa decompor o nome em Vila de Anteira.
O termo Anteira deverá derivar de Anta + eira, correspondendo, por isso, a uma edificação dolménica.
O termo Vila remontará ao período romano.
Teríamos então uma "villa" num local onde já existia uma anta.
Ainda não foram localizados vestígios de qualquer anta, no entanto na área compreendida entre a Regueiras e as Lajes foram por nós identificados abundantes vestígios arqueológicos, proto-históricos e romanos (penedo de culto, material de construção, cerâmica e escórias de ferreiro), testemunhando o seu povoamento pelo homem desde há muito, na ânsia de aproveitar os terrenos férteis das margens do ribeiro.
É no entanto difícil escrever com um "e" para ser lido por quem está longe desta controvérsia.

quinta-feira, setembro 25, 2003

033. O RIBEIRO DA RAINHA 

Vila Deanteira tem a felicidade de ser atravessada por um ribeiro, um fio de água no Verão e um turbilhão no Inverno. Num mapa antigo é denominado pelo belo e poético nome de Ribeiro da Rainha.
O ribeiro outrora era fonte de vida, tanto pelos peixes e enguias que nele se criavam, como pelos milheirais e outras culturas que ele regava ao longo do seu curso, desde a nascente, nas Relvas, até desaguar no rio Mondego, no lugar denominado de Ranha.
Era por isso apaixonadamente limpo e as suas águas disputadas pelos agricultores da nossa terra.
Era também nas suas águas lípidas que as mulheres da aldeia lavavam a roupa, longe que estava a chegada da primeira máquina de lavar.
A introdução sistemática dos motores de rega, a abertura de poços e o posterior abandono das terras de cultivo levaram a que o ribeiro fosse esquecido. E assim chegou aos nossos dias imundo, assoreado e com as margens ocultas por silveirais. Mesmo dentro da povoação!
Já não se houve o barulho do bater da roupa e da água a escorrer; ficaram as pedras-lavadouros, como memória, numa tentativa de evitar a destruição das marcas dessa vivência.
O Ribeiro foi limpo há alguns anos pela juventude da terra. Perspectivou-se nessa altura um projecto de requalificação da aldeia que incluía a criação de um Parque Multiusos na zona do ribeiro. O Parque seria um local privilegiado de convívio. Espaço agregador, ponto de encontro e de reforço dos laços da gente da terra, desempenhando, assim, o papel dos "terreiros" de outros tempos, espaços imprescindíveis das aldeias e que as exigências da movimentada vida actual fez desaparecer.
A Câmara Municipal de Santa Comba Dão acarinhou desde logo o projecto. Faltaram as vontades locais. Um amigo, perante estes sonhos, perguntava, procurando-nos chamar para a realidade..."mas vão fazer isso para quem?". Mas, agora pergunto eu... isto tem mesmo que ser assim?

domingo, setembro 21, 2003

032. 500! 

O nosso blogue atingiu as 500 visitas!
Os visitantes são predominantemente de Portugal, mas também por aqui aparecem curiosos de outros países da Europa, dos EUA, do Brasil e imagine-se... do Japão! (estes foi com certeza por engano).
Alguns visitantes, parece-me, já criaram o hábito de passar por aqui. Tirando dois ou três familiares e amigos não conheço quem visita o blogue de Vila Dianteira.
Quando o comecei, em finais de Julho, nunca pensei que tivesse paciência para o alimentar tanto tempo.
É-me até mais fácil trabalhar a pedra do que a escrita.
Até agora, tenho mesmo tido vergonha de informar os meus amigos e de o noticiar cá nas redondezas.
Se isto pegar sou capaz de o fazer! Ah... e nessa altura blogues dos tops cuidem-se!

sábado, setembro 20, 2003

031. TENHO MAIS UM FILHO NA ESCOLARIDADE OBRIGATÓRIA 

É verdade. O meu filho do meio entrou esta semana para o primeiro ano! É um momento solene. Algum nervosismo miudinho do miúdo e dos pais. Eu tive de ser obrigado a ir para a escola (mas isso é para outro post!), mas o miúdo reagiu bem à primeira semana. Claro que a entrada no mundo do "trabalho" sempre custa um pouco!
Os meus filhos frequentam o Jardim Infantil e a Escola Básica do 1.º Ciclo de S. João de Areias. O Jardim não existia, mas a Escola é a que eu frequentei. Os seus colegas são os filhos de alguns meus colegas de escola.
O Jardim e a Escola tem tido professores excelentes. A auxiliar de acção educativa conhece-me desde que nasci e a animadora do A.T.L. conheço-a eu desde que nasceu. São de uma dedicação extrema à miudagem.
Os custos são irrisórios, mesmo incluindo o almoço.
Os miúdos saem de casa 5 minutos antes do começo das aulas.
Tenho tanta pena dos que gastam fortunas com os filhos em colégios! São os mesmos que se gastam em engarrafamentos de trânsito. Coitados. A vida é assim... Que hão-de fazer...
Claro que esta situação não aconteceu ao acaso. Nós quisemos que fosse assim. É tudo uma questão de escolha de valores de vida!

quinta-feira, setembro 18, 2003

030. UMA IMENSA SOLIDÃO 



"Quando o primeiro homem pisou o solo lunar, voltou-se para a Terra, o planeta azul donde partira, e, olhando esse pequenino astro, sentiu com uma profunda emoção que ele era a sua pátria, onde reina a vida. Numa paisagem morta, sem ar respirável, ele experimentou, com nostalgia, o sentimento de fraternidade que o ligava aos outros seres vivos, tão distantes. Uma pequena borboleta ou o menor tufo de erva teria então representado para ele um verdadeiro milagre - mas, pelo contrário, as rochas e a poeira só lhe proporcionavam uma solidão mineral" - Paul Géroudet, Animais em Perigo (World Wildlife Fund), pág. 1, Publicações Alfa, Lisboa, 1981.

quarta-feira, setembro 17, 2003

029. DORMIR 

Esta é uma semana de trabalho duro. Há noite toda a superfície horizontal me cria ânsias de repouso.
O Professor Agostinho da Silva afirmava que a nossa vida deveria ser uma fonte permanente de prazer e não de trabalho - entenda-se trabalho como aquela porção da nossa actividade que é burocrática e rotineira.
Mas como matar a "fomeca" (servindo-me do termo utilizado por João César Monteiro em "Morituri te salutant") com uma vida de "prazer"?

domingo, setembro 14, 2003

028. WRIGHT E A ARQUITECTURA HUMANA 

A propósito de uma das "Casas da Pradaria" do arquitecto Frank Lloyd Wright (1867-1959) - a "Casa Robie" - leio que "Wright não se propôs simplesmente desenhar uma casa, mas sim criar uma ambiente completo. Tomou mesmo a seu cargo os pormenores do interior, e desenhou vitrais, tecidos e mobiliário. O factor dominante aqui não foi tanto a pessoa do cliente e os seus desejos pessoais, como a convicção de Wright de que os edifícios exercem uma influência profunda nas pessoas que neles vivem, trabalham ou rezam, de tal modo que o arquitecto é, na realidade, um modelador de homens, quer ele assuma ou não conscientemente essa responsabilidade" - H. W. Janson (1998), História da Arte, 6.ª Edição, pág. 752 e 761, Fundação Calouste Gulbenkian.

quinta-feira, setembro 11, 2003

027. IMAGEM DO MEU VIZINHO S. SILVESTRE 



Estou feliz! Aqui vos apresento o meu vizinho S. Silvestre.
Graças ao Bruno Costa da Santa Ignorância, obrigado Bruno pelas informações e pela simpatia! Graças ao Diogo Botelho, obrigado Diogo mais uma vez. O Diogo é o meu consultor informático. Graças também a ele consegui colocar na net o site de Vila Dianteira.
Obrigado pela vossa generosidade!
Mesmo que não tenham fé nesta pedra tão querida da minha aldeia, ela, estou certo disso, fará cair sobre vós a sua bênção! Meu Deus, pareço um padre!
Lembram-se da entrada 006? Era assim:

"Além, do outro lado do ribeiro, mora o meu vizinho S. Silvestre. Uma luz de fim de tarde doura-lhe a casa.
Vive na minha terra desde o século XVI. Terá nascido numa das oficinas dos escultores de Coimbra, subiu de barco o rio Mondego até à Raiva e depois, a partir daí, um carro de bois tê-lo-á conduzido com mil cuidados até Vila Deanteira.
Na cabeça possui uma tiara de três coroas, atribuindo-se às três coroas o significado da tripla jurisdição do papa, sobre a Terra, sobre o Purgatório e sobre os Céus, como representante de Cristo.
Na mão esquerda segura a cruz papal com três braços, que representam as funções de padre, de doutor da Igreja e de pastor; a mão direita prepara-se para abençoar e por isso tem somente dois dedos levantados - um mordomo, com a alcunha de Carriço, dirigiu-se-lhe certo dia, com o cesto de chouriças do peditório na mão, perguntando: - Meu divino mestre, quantas chouriças precisais? (o meu vizinho, bondoso por natureza, manteve os dois dedos no ar). Duas... não é verdade? Pois então nós iremos comer as outras...
Sai em procissão pelo final do ano e percorre as ruas da aldeia; ruas que parecem longas, muito longas para os homens que levam o andor - o santo é de pedra e deixa marcas mesmo nos ombros mais calejados.
Já foi o protector dos meus pais, dos meus avós, dos meus bisavós... e agora é do pessoal cá de casa.
Um amigo meu não entende como é que uma pessoa como eu pode ajoelhar e rezar para uma pedra..
."

026 – O CEMITÉRIO PÈRE LACHAISE E VILA DIANTEIRA 

José Mário, do Blog de Esquerda, em duas entradas sobre o cemitério Père Lachaise, descreve a sua sensação ao visitar este "cemitério das celebridades" e incomoda-se com o culto feito actualmente a uma personalidade como Jim Morrison em detrimento de outros, como por exemplo, Paul Eluard.
O cemitério Père Lachaise liga-se ao drama de uma personalidade da minha aldeia chamada José da Silva Carvalho (1782-56), obreiro da Revolução de 1820 e ministro de D. João VI, de D. Pedro IV e de D.ª Maria II.
Nele se encontra sepultado o seu quinto filho, o Pedro. Nasceu em Lisboa mas foi obrigado, ainda de tenra idade, a seguir com o pai para o exílio, vindo a falecer pouco depois de chegar a Paris.
Por querer que em Portugal os homens fossem iguais perante a lei, José da Silva Carvalho foi três vezes exilado, teve por duas vezes de abandonar mulher e filhos, e, a um dos seus cinco filhos só aos seis anos lhe foi permitido vê-lo. Antes do Pedro já lhe havia morrido o filho José de 11 anos.
Silêncio... paremos por aqui.

P.S. Apaguei a tentativa de colocar no blogue a imagem do meu vizinho S. Silvestre. Amigos generosos estão a tentar resolver-me o problema.

terça-feira, setembro 09, 2003

025. LUA E MARTE 

Muito se tem falado da Lua e de Marte... em blogues citadinos, entenda-se. Coitados!
Agora para os meus vizinhos... vão à janela.
Esta lua do nosso vale, não é a da Fnac do Chiado (oi, Fnac... o meu livro ainda não chegou!), nem da Lux...
Que brilho, que luar... Lembram-se da "Noite Estrelada. Saint-Remy" de Van Gogh?

segunda-feira, setembro 08, 2003

024. NO SILÊNCIO DA NOITE 

Tatiana Troyanos canta:

L´amour est un oiseau rebelle
que nul ne peut apprivoiser.
Et c´est bien en vain qu´on l´appelle,
s´il lui convient de refuser!
Rien n´y fait, menace ou prière,
l´un parle bien, l´autre se tait;
et c´est l´autre que je préfère,
il n´a rien dit, mais il me plait.
L´amour, l´amour...
L´amour est enfant de Bohème,
il n´a jamais connu de loi;
si tu ne m´aimes pas, je t´aime,
si je t´aime, prends garde à toi!
L´oiseaux que tu croyais surprendre
battit de l´aile et s´envola ;
l´amour est loin, tu peux l´attendre,
tu ne l´attends plus, il est là.
Tout autour de toi vite, vite,
il vient, s´en va, puis il revient,
tu crois le tenir, il t´évite,
tu crois l´éviter, il te tient!
L´amour, l´amour...
L´amour est enfant de Bohème, etc.


e vão acompanhá-la, pela noite fora, Plácido Domingo, Kiri Te Kanawa e a London Philharmonic Orchestra, dirigida por Sir Georg Solti, na Carmen de Georges Bizet.

domingo, setembro 07, 2003

023. ÍNTIMA FRACÇÃO 

Meu Deus!
E eu que julgava que o programa de rádio "Íntima Fracção" de Francisco Amaral tinha terminado em 1989.
Comecei a ouvi-lo na Antena 1 nos meus tempos de Coimbra, num sótão pertinho da Rua dos Combatentes. Que recordações me traz à memória!
Perdi-lhe o rasto em 1989. Soube agora que tem continuado a ir para o ar na TSF de Sábado/Domingo entre a 1 e as 3 horas.
Faz hoje 19 anos e já começou... chiuuu... deixemos os blogues... vamos ouvir!

sexta-feira, setembro 05, 2003

022. POEMA DA ELISA 

Poema inspirado no "Poema do Desespero" de Antonio Gedeão

UM DIA DE CHUVA

Compreende-se que daqui a algum tempo
Ninguém se lembre de um dia chuvoso
Que afinal era quente e não havia vento.

E da trovoada que rolava constantemente
E que de manhã o sol medroso
Foi-se logo embora docemente.

E até mesmo não se lembrem da levada
Que pelas ruas arrancava pedras,
E na sua grande confusão
Deixava a valeta e ia pela calçada.
E até nem do vizinho, o tal, o borrachão,
Encontrando a chuva parada
Calçou as galochas, pegou no guarda-chuva
E lá foi na sua habitual caminhada.
Para onde? Buscar o doce sumo da uva ,
Que já lhe fazia falta.

E nem das pessoas à varanda
E das couves regadinhas
E das gotas de água beirando
E da chuva caindo.

Compreende-se.

Mais gota menos gota
Mais borrachão menos borrachão.
Ninguém tomará nota
E este dia se esquecerá pois então.

Compreende-se.

Daqui a algum tempo
Mais dias iguais virão, chovendo.


De Elisa Figueiredo em 24 /08 / 1976

Obrigado Elisa.
Muito temos a agradecer, como dizes no e-mail, ao nosso saudoso Professor Padre Fausto Nunes Balão.
Espero que ele, lá no céu, não se zangue muito connosco quando não tratarmos bem a língua que tanto amava.

quarta-feira, setembro 03, 2003

021. NO SILÊNCIO DA NOITE 

Leio o "Nero" de Miguel Torga:

Aí vinha a patroa nova observar o andamento daquilo...
Fechou os olhos. Sempre gostava de ouvir o que diria quando o visse como morto...
Ela chegou-se e ficou silenciosa.
Por uma fresta das pestanas espreitou-lhe a cara. Chorava. Desceu novamente as pálpebras, feliz.


(Miguel Torga, Os Bichos, 12.ª Edição, págs. 25-26, Coimbra, 1982)

terça-feira, setembro 02, 2003

020. ARTE E TÉCNICA 

"O que distingue a arte de uma técnica é a razão por que, e não o como, ela é produzida" - H. W. Janson (1998), História da Arte, 6.ª Edição, pág. 613, Fundação Calouste Gulbenkian.

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